A Engesa (Engenheiros Especializados S.A.) foi uma empresa brasileira que se destacou no desenvolvimento e fabricação de veículos militares, principalmente nas décadas de 1970 e 1980. Seus veículos blindados sobre rodas, como o EE-9 Cascavel e o EE-11 Urutu, alcançaram sucesso tanto no mercado nacional quanto internacional.
Principais veículos militares da Engesa:
- EE-9 Cascavel: Um carro de reconhecimento blindado 6×6. Foi projetado para substituir os antigos M8 Greyhound do Exército Brasileiro. Equipado inicialmente com um canhão de 37 mm, as versões posteriores receberam uma torre com um canhão de 90 mm. O Cascavel se destacou pela sua robustez, mobilidade e poder de fogo, sendo exportado para mais de 20 países e utilizado em conflitos como a Guerra Irã-Iraque. O Exército Brasileiro modernizou recentemente algumas unidades do Cascavel, buscando estender sua vida útil.
- EE-11 Urutu: Um veículo blindado de transporte de pessoal (VBTP) anfíbio 6×6. Utilizava a mesma base de transmissão e componentes do chassi do EE-9 Cascavel. O Urutu serviu como principal veículo de transporte de tropas da cavalaria mecanizada do Exército Brasileiro por décadas. Foi o primeiro blindado totalmente anfíbio desenvolvido no Brasil. Assim como o Cascavel, foi amplamente exportado e utilizado em diversos conflitos, inclusive na Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (MINUSTAH). O Exército Brasileiro está gradualmente desativando o Urutu, substituindo-o pelo VBTP-MR Guarani.
Outros veículos militares produzidos pela Engesa incluem:
- EE-3 Jararaca: Um veículo leve de reconhecimento 4×4.
- EE-17 Sucuri: Um destruidor de tanques.
- EE-T1 Osório: Um carro de combate principal (tanque de guerra), considerado um dos melhores de sua categoria na época, mas que não obteve sucesso de vendas internacionais.
- EE-T4 Ogum: Um veículo leve aerotransportável.
- Diversas versões de caminhões militares (EE-15, EE-25, EE-50) e veículos utilitários (EE-4, EE-12, EE-34).

Características dos veículos Engesa:
- Simplicidade e robustez: Projetados para serem confiáveis e de fácil manutenção, muitas vezes utilizando componentes de veículos civis.
- Boa mobilidade: Especialmente os veículos 6×6, que contavam com o sistema de suspensão “boomerang” patenteado pela Engesa, proporcionando excelente desempenho em terrenos difíceis.
- Custo relativamente baixo: O que os tornava atrativos para países em desenvolvimento.
- Modularidade: Permitindo diversas configurações e adaptações para diferentes necessidades militares.
Apesar do sucesso de seus produtos, a Engesa enfrentou dificuldades financeiras no final da década de 1980 e declarou falência em 1993, encerrando suas atividades. No entanto, seus veículos militares deixaram um legado importante na indústria de defesa brasileira e muitos ainda estão em operação em diversos países ao redor do mundo. A empresa contribuiu significativamente para o desenvolvimento de uma base industrial de defesa nacional no Brasil.